terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Sonhos em atraso, mais uma vez

Já que não consigo abrir nenhum dos documentos de que preciso para adiantar a minha pesquisa relativamente às faculdades onde pretendo fazer Erasmus, finalmente consegui o livro essencial para Projecto e já reservei aquele que o professor de Teoria da Imagem pediu, e ainda tenho uma hora e meia até à próxima aula, vou aproveitar para por em dia os sonhos em atraso de que me recordo.
No mais antigo de todos, eu estava num carro, no lugar do pendura, com o meu amigo Diogo, que ocupava o lugar do condutor. Suponho que tivesse tirado a carta à pouco tempo, porque estava sempre a espreitar ansiosamente por cima do ombro e a hesitar antes de pensar sequer em encostar os pés aos pedais.
Já a ficar nervosa, comecei eu própria a mexer-me no banco, olhando atentamente à minha volta para me certificar que tudo corria bem e ele não nos matava aos dois.
Muito devagarinho, o Diogo lá arrancou, e pouco depois conduzia muito bem. Agora que confiava mais nele, deixei-me relazar e aproveitei a viagem.
Antes de a viagem começar, o carro estava estacionada num local muito semelhante a uma rua de Massamá, que tem de um lado o "Barco do Mimo" (outrora "Mimo Infantil". Foi o meu jardim de infância), e do outro uma escola pré-primária (onde eu andei também).No sonho, a escola pré-primária não existia: havia, no seu lugar, um parque de estacionamento. Era lá onde estava o carro.

Houve outro sonho em que tinha ido com os meus amigos ao Bairro Alto. Sabia que tinha sair cedo, por que teria de regressar a pé para casa enquanto as estradas estavam fechadas ao trânsito de automóveis (não sei porquê, mas neste meu sonho ninguém podia conduzir durante a noite). Porém, ao longo de toda a noite eles foram insistindo para que eu ficasse, e eu ia adiando a hora de me ir embora... Até que o Sol começou a nascer.
Em pânico, comecei a correr a caminho de casa. Só conseguia pensar que a minha mãe se ia passar comigo...
Quando cheguei ao túnel do Gril, estava desesperada: jamais conseguiria chegar a tempo! Foi então que um belo princípe (sim, era mesmo um princípe, com calças justas e aquelas camisolas com ombros redondos e almofadados) apareceu de repente à minha frente: parecia magia.
Ele disse-me para não desistir, e quando argumentei que estava tudo perdido, ele insistiu que tudo iria correr bem.
Apesar de não confiar muito nas palavras dele, pus-me novamente a correr pelas estrada fora.
Pouco depois, numa curva na A8 onde uma dia estive num acidente de automóvel, tornei a ver o princípe. Estava rodeado de pás, pinos,... em suma, todos o que é necessário para fazer obras numa estrada.
Foi então que o reconheci: era o meu pai. Pedi-lhe que não me deixai-se, e voltasse comigo para casa, mas ele recusou e desapareceu.
Quase imediatamente, fui rodeada de pessoas e seres fantásticos, e apareceram edificios colorios (principalmente de cor-de-rosa e cor-de-laranja) em forma de abóbora à minha volta. Ao que parece, era o meu povo, muito feliz por m e tornar a ver. Trataram-me por "princesa" e começaram a cochichar entre eles que um principe misterioso usara magia para parar o tempo e me ajudar a chegar a horas a casa.
Não chegara à Venda do Pinheiro, nem sequer a meio do caminho, mas no sonho aquele lugar era a minha casa.

Noutro sonho, estava numa floresta escura, com árvores e arbustos bidimensionais que pareciam saídos de um videojogo de baixa qualidade, em tons escuros de castanho, laranja, verde e cinzento. Não era a única: o meu irmão, e muitas outras pessoas, talzes amigos ou colegas, estavam lá também. Porém, cada um seguia o seu caminho, e só nos encontravamos raramente. Acho que estávamos a fugir de algo, ou então a caçá-lo. O sonho terminou quando ao contornar um arbusto deparei com uma impenetrável barreira de árvores. Era ali que eu tinha de chegar: havia alguma criatura escondida na folhagem. Mas será que tinha de a caçar, ou apesar de dever fugir dela, e eu estava decidida a enfrentá-la?

Há uma ou duas noite, tive um sonho muito especial: durante uma fracção de segundo, estava a passear nos montes na Venda do Pinheiro, durante o dia. Depois, estava num local deserto, atrás de uma grande casa branca, separada do mato cerrado por uma estrada de terra batida. Era noite escura, e eu estava um pouco assustada. Então vi uma sombra caminhar para fora da floresta. Era um homem. Veio ter comigo a sorrir, e, depois de o reconhecer, chamei-o também a rir. Ele aproximou-se de mim, abraçou-me, e beijou-me. Foi um beijo quente, devastador, que me deixou rendida nos braços dele. De seguida, despediu-se, e correu de volta para a floresta.
Em casa, com o meu irmão, ele contou-me que tinha encontrado um qualquer coisa espectacular algures onde eu estivera a passear.
-Então queres ir lá comigo? - perguntei ansiosamente.
-Yah, claro! Já fui lá ontem!... (o Tomás, a passear? Só em sonhos, mesmo...)
Subimos juntos o monte. A certa altura, a subida era tão ingreme que tinhamos de trepar. Não era nada fácil, mas mesmo assim rimos o caminho todo.
Quando chegamos ao cima, passámos por um velho e ferrugento portão de ferro (semelhante ao do "Casal dos Dois"), e, talvez dois metros à frente, passasmos por outros, que não sei se era de madeira, ou só uma espessa camada de vegetação.
Entre os dois portões, estava uma estranha criatura muito pequena, que umas vezes me parecia uma burrinha, outras, uma gazela.
Estavamos a admirá-la quando um grupo de cão ferozes correu em direcção ao portão de ferro, direito ao pequeno animal. Ladravam ferozmente, sacudindo longos fios de saliva que lhe spendiam dos baiços. A pequena criatura agachou-se e caminhou até um canto mais escondido entre os dois portões.
Deduzindo que ela estaria a salvo dos cães, eu e o meu irmão passámos o segundo portão e continuámos.
Quando chegámos àquele local fantástico onde eu tinha encontrado aquele homem, era noite cerrada (parecia que, independentemente de no resto do mundo ser dia, ali era sempre noite).
-Tens de acreditar que a pessoa que tu queres ver está mesmo ali! Se acreditares, ela aparece! - eu sabia que essa pessoa, tal como o homem que me beijara, se tratava apenas de uma ilusão, mas ainda assim falava dela como se fosse real.
Enquanto eu e o Tomás corríamos para o sítio, vimos os nossos primos Marta e Alexandre voltarem a correr de lá, cada um com um sorriso maior que o outro. Muito entusiasmados, começaram a falar do que tinham visto e a dizer ao meu irmão que fosse experimentar.
Mas quando ele se estava a aproximar, ouviu-se subitamente o braulho ensurdecedor do motor de uma mota, que apareceu numa estrada de terra por entre as árvores, diante de nós. A mota caiu do céu, e aterrou de uma maneira muito cómica: a saltitar sobre uma mola que tinha sob a roda dianteira, de maneira que parecia um saltitão. O piloto era agitado perigosamente, com a cara a aproximar-se e afastar-se do chão.
Desatámos todos a correr, em pânico. Logo a seguir apareceram ovnis (policiais), mais motas saltitonas (policiais) e áinda carros (também policiais).
De repente estávamos rodeados de homens quen nos gritavam que estávamos em perigo, e a dizerem que tinham de investigar o local.