Esta noite, tive um pesadelo terrível: passava-se na minha faculdade, junto à porta que dá para o auditório grande.
É muito difícil explicar o que se passou... Porque, apesar de no meu sonho eu ser eu, e de ter consciência disso, eu via algo que se passava longe de mim, através do olhos de um rapaz. Nunca o vi, nem sequer sei se existe. Só sei que no meu sonho, eu e ele víamos o mesmo:
Lembro-me que, diante desse rapaz, estava uma raparia nua, que também nunca vi. Era muito pálida: a sua pele tinha um tom assustador, entre o rosa e o roxo, e sob a mesma distinguiam-se veias vermelhas e azuis.
Tinha o cabelo preto e curto, pelo queixo.
Não era bonita: tinha o corpo inchado e uma expressão triste mas determinada:
-É preciso! -insistia ela.
De repente, apareceu um enorme cão preto de orelhas cortadas, que a atacou. Ela gritou de dor, mas não tentou fugir, nem sequer afastar o cão: manteve-se de pé, a berrar:
-É preciso! Tem de ser!
O cão arrancou a pele e a carne da sua barriga, deixando à vista os órgãos, cobertos de sangue brilhante.
Eu não quis ver mais e o rapaz desviou os olhos, mas quando a rapariga tornou a gritar, ele teve de olhar outra vez para ela, e ambos vimos a cara dela ser arrancada.
Lembro-me muito bem do crânio dela, encharcado de sangue.
E ela continuava viva, a gritar de dor.
Em pensamento, pedi ao rapaz para ir embora. Ele deixou, e dei comigo diante das escadas em caracol da faculdade, perto da entrada para o auditório.
Pouco depois passou por mim o rapaz, de mão dada com a rapariga. Ela vinha inteira, sem uma única marca.
-Como fizeste isso? -perguntei-lhe.
Ela limitou-se a sorrir debilmente: ainda estava muito fraca.
quarta-feira, 24 de março de 2010
terça-feira, 16 de março de 2010
A marcha dos Pinguins
Não sei como é que ainda não fiz nenhum post sobre este sonho: foi um dos mais engraçados que já tive, cheguei a fazer desenhos e alguns story-boards sobre ele.
Sonhei que, na mesinha de cabeceira do meu pai, havia uma folha de papel, onde ficava a praceta onde é a minha casa. Lá, vivia uma comunidade de pinguins, que, comandados por uma menina, construíam flores a partir de palitos.
Esses pinguins eram muito infeliz: o grande sonho deles era fazer flores verdadeiras!
Por isso, decidiram tomar uma atitude!
Liderados por um pinguim que usava óculos de sol, eles marcharam pela pequena praceta entoando "Somebody to Love".
Devo ter visto "Happy Feet" naquela noite, antes de me deitar.
Sonhei que, na mesinha de cabeceira do meu pai, havia uma folha de papel, onde ficava a praceta onde é a minha casa. Lá, vivia uma comunidade de pinguins, que, comandados por uma menina, construíam flores a partir de palitos.
Esses pinguins eram muito infeliz: o grande sonho deles era fazer flores verdadeiras!
Por isso, decidiram tomar uma atitude!
Liderados por um pinguim que usava óculos de sol, eles marcharam pela pequena praceta entoando "Somebody to Love".
Devo ter visto "Happy Feet" naquela noite, antes de me deitar.
quarta-feira, 3 de março de 2010
STRIKE!!!
Esta noite, antes de sonhar que era uma sereia, sonhei que estava com os meus colegas de faculdade num lugar parecido com o meu infantário, o "mimo infantil" (hoje é o "barco do mimo").
Tenho noção que o lugar era uma escola, na qual conviviam turmas do primeiro ciclo ao ensino superior.
Eu e os meus colegas detestávamos os alunos dos primeiro ano.
Por isso, ao ouvi-los aproximarem-se, escondemo-nos todos debaixo dos balcões de cimento que havia no pátio. Apertámo-nos uns contra os outros debaixo da pedra, e ficámos calados à espera que os míudos se fossem embora.
Mas eles avançaram na nossa direcção, e eu conseguia ver as pernas e os pezinhos das dezenas de crianças mesmo à nossa frente.
Foi então que de entre os meus colegas, ouviu-se uma vozinha de criança, revelando o nosso esconderijo.
Decidimos pois ser amigos dos míudos: começámos a jogar bowlling com eles. Literalmente: eles eram os pinos, e as bolas.
ps: a fotografia neste post é do "mimo infantil", hoje "barco do mimo", o meu infantário.
CHAMEM O 112!!!
Hoje, ao viajar de metro, lembrei-me de um sonho que tive há muito tempo, no ano passado.
Sonhei que estava com a minha turma da António Arroio na estação de metro da Alameda, com a nossa professora de Geometria Descritiva e Directora de turma à espera do metro, para irmos para uma visita de estudo.
Quando chegou o metro, não sei porquê, mas os alunos não entraram: só a professora. Muito animados, dois colegas meus, (O Chico e o Mike) combinaram soltar para a carruagem onde viajava a professora, para a assustarem.
Mas saltaram demasiado tarde: a ultima carruagem passou por eles num ápice, e eles estatelaram-se na linha.
Os corpos foram violentamente sacudidos por choques por momentos, depois ficaram completamente imóveis.
Não se ouviu um som.
Toda a gente na estação parou para olhar os dois rapazes estendidos na linha do metro.
-CHAMEM O 112!!! - gritei.
Só que ninguém me ligou: as pessoas foram-se embora como se nada tivesse acontecido ou voltaram-se umas para as outras e começaram a falar.
Sonhei que estava com a minha turma da António Arroio na estação de metro da Alameda, com a nossa professora de Geometria Descritiva e Directora de turma à espera do metro, para irmos para uma visita de estudo.
Quando chegou o metro, não sei porquê, mas os alunos não entraram: só a professora. Muito animados, dois colegas meus, (O Chico e o Mike) combinaram soltar para a carruagem onde viajava a professora, para a assustarem.
Mas saltaram demasiado tarde: a ultima carruagem passou por eles num ápice, e eles estatelaram-se na linha.
Os corpos foram violentamente sacudidos por choques por momentos, depois ficaram completamente imóveis.
Não se ouviu um som.
Toda a gente na estação parou para olhar os dois rapazes estendidos na linha do metro.
-CHAMEM O 112!!! - gritei.
Só que ninguém me ligou: as pessoas foram-se embora como se nada tivesse acontecido ou voltaram-se umas para as outras e começaram a falar.
Uma Sereia no Esgoto
Esta noite sonhei que era uma sereia: quando estava fora de água, tinha perna, mas quando mergulhava, tinha barbatanas.
Estava ao pé de um armazém de um só andar e paredes brancas (apesar de sujas e com a tinta gasta) diante de um rio, de águas cinzentas e paradas onde cresciam juncos e se acumulava lixo. Havia também grandes rochas negras, às quais estavam ancorados barcos pequenos, velhos, e quase sem cor, flutuando praticamente imóveis, quase pairando.
Sobre o rio, havia um pontão feito de pedras escuras, com uma superfície lisa sobre a qual passavam camiões.
O céu estava toldado de nuvens brancas e cinzentas, não estava calor nem frio, e o único barulho que se ouvia era o das máquinas a trabalhar nos armazéns atrás de mim, e de homens carregados de mercadorias que falavam uns com os outros.
Todos me ignoravam, excepto dois que conduziam um fixador de cargas, que me olhavam atentamente.
Decidi afastar-me. Caminhei para a água e entrei.
Nadei muito tempo: tinha de chegar à outra margem, custasse o que custasse.
Quando já estava demasiado cansada para continuar, e quase tinha alcançado terra, trepei com os meus braços exaustos pelas pedras do pontão, para me deitar na estrada a descansar.
Mas, quando o fiz, ouvi um carro aproximar-se, e quando me levantei a custo vi que eram os dois homens que me observavam no porto que o conduziam. Atravessavam o pontão, e teriam de passar por mim.
Desesperada, tornei a arrastar-me para dentro de água. Arranhei as pernas (ou barbatanas) e magoei os pulsos ao descer pelas pedras, caí e esfolei os braços e o peito.
Quando cheguei à água, comecei a afastar-me da margem, para que os dois homens não me alcançassem. Foi então que uma forte corrente começou a arrastar-me de volta ao armazém:
-Não! - gritei - Socorro, ajudem-me! - implorei aos dois homens, que tinham saído do veículo e me observavam com um ar surpreendido, ajeitando os bonés e mordiscando os cigarros.
-Ajudem-me!
Não podia voltar àquela margem: já não me importava com os homens, se eram eles ou outra pessoa qualquer que me tirava da água, só queria sair dali, só não podia voltar à margem de onde partira.
Agarrei-me às rochas, às plantas, ao lixo... Mas a corrente foi mais forte, e em menos de nada estava outra vez ao pé do armazém. Precisara de tanto tempo para chegar onde tinha chegado, e num instante tornei ao ponto de partida.
Ps: não me recordo muito bem do que dizia, mas este meu sonho era narrado por um homem. Lembro-me que quando a corrente me começou a arrastar, ele disse: "...às vezes, as sereias são arrastadas pelas correntes fortes..."
Não considero isto muito estranho, tendo em conta que alguns sonhos meus são legendados.
Estava ao pé de um armazém de um só andar e paredes brancas (apesar de sujas e com a tinta gasta) diante de um rio, de águas cinzentas e paradas onde cresciam juncos e se acumulava lixo. Havia também grandes rochas negras, às quais estavam ancorados barcos pequenos, velhos, e quase sem cor, flutuando praticamente imóveis, quase pairando.
Sobre o rio, havia um pontão feito de pedras escuras, com uma superfície lisa sobre a qual passavam camiões.
O céu estava toldado de nuvens brancas e cinzentas, não estava calor nem frio, e o único barulho que se ouvia era o das máquinas a trabalhar nos armazéns atrás de mim, e de homens carregados de mercadorias que falavam uns com os outros.
Todos me ignoravam, excepto dois que conduziam um fixador de cargas, que me olhavam atentamente.
Decidi afastar-me. Caminhei para a água e entrei.
Nadei muito tempo: tinha de chegar à outra margem, custasse o que custasse.
Quando já estava demasiado cansada para continuar, e quase tinha alcançado terra, trepei com os meus braços exaustos pelas pedras do pontão, para me deitar na estrada a descansar.
Mas, quando o fiz, ouvi um carro aproximar-se, e quando me levantei a custo vi que eram os dois homens que me observavam no porto que o conduziam. Atravessavam o pontão, e teriam de passar por mim.
Desesperada, tornei a arrastar-me para dentro de água. Arranhei as pernas (ou barbatanas) e magoei os pulsos ao descer pelas pedras, caí e esfolei os braços e o peito.
Quando cheguei à água, comecei a afastar-me da margem, para que os dois homens não me alcançassem. Foi então que uma forte corrente começou a arrastar-me de volta ao armazém:
-Não! - gritei - Socorro, ajudem-me! - implorei aos dois homens, que tinham saído do veículo e me observavam com um ar surpreendido, ajeitando os bonés e mordiscando os cigarros.
-Ajudem-me!
Não podia voltar àquela margem: já não me importava com os homens, se eram eles ou outra pessoa qualquer que me tirava da água, só queria sair dali, só não podia voltar à margem de onde partira.
Agarrei-me às rochas, às plantas, ao lixo... Mas a corrente foi mais forte, e em menos de nada estava outra vez ao pé do armazém. Precisara de tanto tempo para chegar onde tinha chegado, e num instante tornei ao ponto de partida.
Ps: não me recordo muito bem do que dizia, mas este meu sonho era narrado por um homem. Lembro-me que quando a corrente me começou a arrastar, ele disse: "...às vezes, as sereias são arrastadas pelas correntes fortes..."
Não considero isto muito estranho, tendo em conta que alguns sonhos meus são legendados.
Subscrever:
Mensagens (Atom)