Lembro-me de muito pouco deste sonho. Resumindo, a minha mãe tinha dado guarida a um grupo de zombies e fazia todos os possíveis para (re)inseri-los na sociedade, argumentando que os zombies também tinham sentimentos, e ficavam tristes por serem rejeitados.
Segundo ela dizia, eles eram inofensivos, ao contrário do que as histórias contam. Convivia com eles uma boa parte do dia, e estava empenhada em ensinar-lhes danças de salão (que ela própria não sabe).
Estava também decidida a apresentá-los a mim e ao meu irmão, insistindo que tentássemos conversar com eles (apesar de eles não serem capazes de responder). Naturalmente, eu desatava a correr assim que via um daqueles cadáveres ambulantes a arrastar-se na minha direcção. Isso enfurecia tanto a minha mãe como os mortos, e enquanto me afastava eu conseguia ouvi-la a ela a gritar para que eu voltasse e a eles a grunhir incongruências.
A certa altura, um zombie com um grande chapéu de palha enfeitado com flores tentou aproximar-se de mim. Incapaz de soltar sequer um grito, afastei-me com um salto ágil e caí, rolando no chão. Entretanto, o monstro, que tinha ficado muito ofendido, começou a perseguir-me com os braços esticados.
Levantei-me e corri o mais depressa que podia em direcção aos canis. No caminho, agarrei o meu irmão pelo pulso da camisola e ordenei-lhe que viesse comigo.
Fechá-mo-nos atrás das grades e vimos, de olhos arregalados, vários mortos a avançarem em direcção do canil, furiosos.
-Carolina! Tomás! - vociferou a minha mãe - Saiam já daí e peçam desculpa!
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