Tive há poucas noites um sonho curioso: estava com a minha colega Sofia em frente a uma grande montra.
Não sei bem o que havia na loja, porque não estava nada exposto na vitrina, podia até ser um escritório.
Chegaram, então, uma mãe e o filho. O rapaz devia ter uns sete ou oito anos, tinha o cabelo curto e espetado, claro, e usava óculos. Foi até à montra com passos decididos e pôs-se a espreitar o que haveria lá dentro.
Depois, começou a bater no vidro como quem bate à porta. A mãe tentou detê-lo, mas o míudo ignorou-a e continuou a bater no vidro, cada vez com mais força, com as duas mãos, até, enquanto chamava por alguém que o deixasse entrar.
Passado pouco tempo, veio um empregado de dentro da loja e abriu uma porta, também de vidro, por onde a mãe entrou.
O filho, por sua vez, continuou a bater no vidro, e quando a mãe tornou a sair para o vir buscar, ele recusou-se a entrar pela porta: tinha de ser pela montra!
Ao meu lado, Sofia disse:
-Okaaay...
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