segunda-feira, 26 de julho de 2010

A Grande Vingança

Hoje sonhei com uma mulher que queria desesperadamente vingar-se de um homem. Nao sei o que ele lhe tinha feito.
Um dia, ela conseguiu captura-lo, e obrigou-o a acompanha-la a um hospital. La, ameaçou um medico e uma medica (respectivamente negro e branca), e conseguiu que fizessem o que ela queria.
Ordenou-lhes que a guiassem e ao homem de quem se queria vingar ate um bloco operatório, onde teriam de estar preparados para abrir os dois. O bloco operatório era muito pequeno, separado de muitos outros por finas paredes de plástico brancas, e era intensamente iluminado por uma luz, também branca.
Enquanto os dois médicos se preparavam, a mulher explicou o que queria:
-Vão anestesiar-me primeiro... Cortar-me a cabeça e...
-Cortar-lhe a cabeça? - perguntou a medica. O medico olhou-a pelo canto do olho, com uma expressão que significava: "esta cabra e mesmo doida".
-Sim. - disse a custo a mulher, fechando os olhos e cerrando o sobrolho. Era óbvio que não queria deitar-se e adormecer naquela maca sabendo que nunca mais viria a levantar-se. -Depois, tiram-me os olhos... e põem os dele nas minhas orbitas. Matam-no, e entreguem a minha cabeça com os olhos dele a família e aos amigos dele. -determinou ela.
-Seja. - concordou a medica. Não parecia nada perturbada. Voltou-se e começou a procurar uma serra.
"E se ela mudar de ideias?" pensei eu. "E se depois já não quiser que lhe cortem a cabeça? Será que vai conseguir dizer-lhes, ou só depois de ser anestesiada, quando sentir que esta a perder a voz e que e demasiado tarde, e que ela vai querer desistir?" . Eu não estava la. Só os meus olhos, e a minha consciência. Não sei onde estava o meu corpo. Era um pouco como ver um filme.
Entretanto, a mulher lançava olhares ameaçadores aos dois médicos e ao homem. Lembro-me que ela era pálida, tinha cabelo loiro comprido preso num rabo-de-cavalo e feições delicadas, o queixo um pouco redondo e o nariz arrebitado.
O homem estava ao seu lado: parecia um pouco nervoso, como se pensasse: "aposto que isto vai correr mal". Mas não chorou, nem disse nada. Limitou-se a olhar a sua volta, um pouco desamparado, com o sobrolho franzido e a boca ligeiramente aberta, como se não conseguisse respirar pelo nariz. Cruzava os braços, descruzava, coçava o queixo, punha as mãos nos bolsos, tirava... Era moreno, de cabelo castanho curto e espetado, e uma barba espessa da mesma cor. A cara era magra, o nariz recto.
Lembro-me de que de repente estava sobre a maca um pequeno rectângulo preto, rijo, com um forro semelhante aos tapetes dos carros. Era um encaixe para uma cabeça. Provavelmente, era uma espécie de almofada que os médicos usavam para manter o pescoço do paciente (ou vitima) direito enquanto o decapitavam.
-Esta tudo pronto. - disse a medica.
Depois, só me lembro de a mulher estar deitada atravessada na maca, o medico e o homem de quem ela se queria vingar a segurarem-lhe os braços, enquanto a medica de lhe cortava os pés pelos tornozelos: estava a explicar-lhe como lhe iriam cortar a cabeça.
A mulher já tinha sido anestesiada, mas a droga ainda não começara a fazer efeito, e ela gritava como uma louca. Entretanto, eu tornei-me a mulher. A minha consciência estava no corpo dela.
Recordo-me de olhar para baixo e ver os pés branquinhos serem cortados, a medica a segura-los e a dizer-me que ficasse calma. E doía! Era uma dor aguda! Parecia que ardia.
Tudo começou a ficar escuro, e eu já não me ouvia gritar: "Vão cortar-me a cabeça e não lhes consigo dizer para pararem!" pensei.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Eh pá, o Sporting é meeesmo fixe...

Pouco depois do sonho em que a minha amiga dava à luz numa piscina, sonhei que estava com a minha mãe no meu quarto, e que, ao olhar-mos através da janela, vimos um indio norte-americano passear no nosso jardim, segurando um grande cajado, como se fosse um enorme archote.
Pouco depois, guerreiros africanos apareceram: traziam consigo duas lanças, com uma grande máscara daquelas africanas de madeira penduradas.
Espetaram as lanças no chão e correram dali para fora.
-Mãe, o que é que está a acontecer? - perguntei.
-Morreram dois guerreiros Sul-Africanos. Os seus fantasmas têm de ocupar corpos de pessoas vivas e seguir as luzes que o índio-norte americano está a acender com o seu archote para chegar ao mundo dos espíritos.
-Ah.
-Vamos ver se está tudo a correr bem.
E fomos.
Assim que chegámos ao jardim, o índio passou por nós como se não nos visse, rijo como uma pedra, em direcção ao portão.
-Parece que um fantasma já ocupou o corpo dele... -comentou a minha mãe. -Mas... Acho que ele se esqueceu de acender um candeeiro!
Corremos as duas em direcção ao candeeiro (era igual a um candeeiro de rua, mas muito mais pequeno e branco. O candeeiro existiu realmente, exactamente no sítio onde o imaginei... mas há anos que já não está lá).
Diante do candeeiro, percebemos porque é que o índio não precisara de o acender: a luz da lua, no céu, brilhava através do vidro. Tenho a certeza que era fim-de-tarde... Porém, o Sol estava a pôr-se em Este, e a Lua estava a aparecer em Oeste... Era suposto ser ao contrário.
-Ah... - fez a minha mãe.
Pouco tempo depois, um fantasma ocupou o corpo dela. Não me lembro do que aconteceu até ela voltar:
-Mãe! Estás bem?
-Estou óptima... - disse-me ela, com um suspiro. Parecia mesmo satisfeita. -Quando um fantasma ocupa o teu corpo, tu deixas de o sentir... Nem te consegues mexer! Deixas de ver, e só consegues pensar no teu clube de football! - contou ela. Parecia que lhe tinha acontecido a melhor coisa do mundo.
Estávamos a voltar a casa quando alguém me agarrou pelos tornozelos e puxou. Ao cair, percebi imediatamente que se tratava de um fantasma. Enquanto ele me arrastava pelo chão, arranhei desesperadamente a terra e gritei pela minha mãe, que se limitou a olhar para mim, meneando lentamente a cabeça e sorrindo, como se estivesse feliz por mim. Tinha as mãos dadas junto ao colo.
Eu tentei fugir, mas o fantasma era mais forte do que eu...
Num repente, deixei de sentir o meu corpo. Estava leve, leve! Parecia que flutuava. Tentei mexer um braço, mas não consegui. E não me preocupei com isso. Só conseguia pensar no Sporting. Uma vez que não sei nada de football, aliás, nem sei quando são os jogos, nem nada disso, só consegui pensar: "Bem... Eh pá, o Sporting é meeesmo fixe. Fogo... É mesmo bom ser sptortinguista. Que bom!".
Entretanto, via ora a bandeira de Portugal, ora a ponte 25 de Abril... ou seria a Vasco da Gama?
A minha mãe tinha razão. Era uma sensação fantástica.
De repente, tudo voltou ao normal: via o que se passava à minha volta, conseguia pensar noutra coisa além do Sporting e era capaz de mexer o meu corpo.
Deduzi que o fantasma tivesse encontrado o mundo dos espíritos e fui-me embora.

Catarina, passa a bol... WTF???

Acho que foi no mês passado que tive este sonho. Estava superocupada, e este foi dos poucos sonhos que tive na altura.
Sonhei que uma amiga minha chamada Catarina me convidava e a uns colegas para irmos a uma piscina.
Aceitámos todos, e mal chegámos, mete-mo-nos na água e começámos a jogar volley.
Estava-mos a divertir-nos imenso, até que de repente um grupo de mulheres grávidas, todas vestidas com fatos de banho e com toucas enfiadas na cabeça, saltou para a água e começou a dar à luz.
-Ó MEU DEUS! - gritei, horrizada. Lembro-me de pensar que aquilo não podia higiénico.
Uma a uma, as mulheres erguiam os seus filhos recém-nascidos da água e olhavam maravilhadas para os seus rostos vermelhos. Um dos bebés começou a discutir com a mãe, agitando o indicador diante dela como se a ameaçasse, e dizendo incongruências. Era a coisa mais feia que já vi, com o rosto completamente deformado. A mãe ficou a olhar para ele até se calar, boquiaberta e de olhos arregalados. Quando o bebé finalmente se acalmou, ela abraçou-o, rindo.
-O que é que está a acontecer!? - gritei, voltando-me para os meus colegas.
Então, para minha surpresa, vi a minha amiga a dar à luz, ajudada pelo nosso colega António.
-CATARINA?!
Depois de ter o filho, ela saiu da piscina com toda a naturalidade, segurando o filho com cuidado.
Fomos todos atrás dela, vi-mo-la entregar calmamente o bebé a uma enfermeira e vestir um roupão. Os pais dela estavam lá, e olhavam-na, maravilhados.
Tinha imensas perguntas para fazer, mas nem sabia por onde começar.
Catarina contou-me como escondera a sua gravidez, e eu lembrei-me de uma conversa que tínhamos tido à pouco tempo (que realmente aconteceu) sobre mulheres que só descobriam que estavam grávidas quando entravam em trabalho de parto, ou que conseguiam esconder a gravidez do principio ao fim. Na altura, eu não acreditara nela, mas lembro-mo de pensar, no sonho: "A Catarina tinha razão... agora acredito nela!". E logo a seguir: "Quem será o pai?"... Mas não lhe perguntei. Não sabia se ela queria responder.
Ao sairmos da piscina, entramos numa pequena sala onde havia um grande ecrã. Através dele, vimos o filho de Catarina ser deitado numa encubadora, ainda sujo de sangue, e sobre um outro colega nosso, o Jonhy, que o abraçava. O Jonhy estava prestes a chorar: parecia mais emocionado que a própria Catarina.
Sei, no entanto, que ele não era o pai.
"Mas quem será o pai", tornei a pensar.