sexta-feira, 23 de julho de 2010

Eh pá, o Sporting é meeesmo fixe...

Pouco depois do sonho em que a minha amiga dava à luz numa piscina, sonhei que estava com a minha mãe no meu quarto, e que, ao olhar-mos através da janela, vimos um indio norte-americano passear no nosso jardim, segurando um grande cajado, como se fosse um enorme archote.
Pouco depois, guerreiros africanos apareceram: traziam consigo duas lanças, com uma grande máscara daquelas africanas de madeira penduradas.
Espetaram as lanças no chão e correram dali para fora.
-Mãe, o que é que está a acontecer? - perguntei.
-Morreram dois guerreiros Sul-Africanos. Os seus fantasmas têm de ocupar corpos de pessoas vivas e seguir as luzes que o índio-norte americano está a acender com o seu archote para chegar ao mundo dos espíritos.
-Ah.
-Vamos ver se está tudo a correr bem.
E fomos.
Assim que chegámos ao jardim, o índio passou por nós como se não nos visse, rijo como uma pedra, em direcção ao portão.
-Parece que um fantasma já ocupou o corpo dele... -comentou a minha mãe. -Mas... Acho que ele se esqueceu de acender um candeeiro!
Corremos as duas em direcção ao candeeiro (era igual a um candeeiro de rua, mas muito mais pequeno e branco. O candeeiro existiu realmente, exactamente no sítio onde o imaginei... mas há anos que já não está lá).
Diante do candeeiro, percebemos porque é que o índio não precisara de o acender: a luz da lua, no céu, brilhava através do vidro. Tenho a certeza que era fim-de-tarde... Porém, o Sol estava a pôr-se em Este, e a Lua estava a aparecer em Oeste... Era suposto ser ao contrário.
-Ah... - fez a minha mãe.
Pouco tempo depois, um fantasma ocupou o corpo dela. Não me lembro do que aconteceu até ela voltar:
-Mãe! Estás bem?
-Estou óptima... - disse-me ela, com um suspiro. Parecia mesmo satisfeita. -Quando um fantasma ocupa o teu corpo, tu deixas de o sentir... Nem te consegues mexer! Deixas de ver, e só consegues pensar no teu clube de football! - contou ela. Parecia que lhe tinha acontecido a melhor coisa do mundo.
Estávamos a voltar a casa quando alguém me agarrou pelos tornozelos e puxou. Ao cair, percebi imediatamente que se tratava de um fantasma. Enquanto ele me arrastava pelo chão, arranhei desesperadamente a terra e gritei pela minha mãe, que se limitou a olhar para mim, meneando lentamente a cabeça e sorrindo, como se estivesse feliz por mim. Tinha as mãos dadas junto ao colo.
Eu tentei fugir, mas o fantasma era mais forte do que eu...
Num repente, deixei de sentir o meu corpo. Estava leve, leve! Parecia que flutuava. Tentei mexer um braço, mas não consegui. E não me preocupei com isso. Só conseguia pensar no Sporting. Uma vez que não sei nada de football, aliás, nem sei quando são os jogos, nem nada disso, só consegui pensar: "Bem... Eh pá, o Sporting é meeesmo fixe. Fogo... É mesmo bom ser sptortinguista. Que bom!".
Entretanto, via ora a bandeira de Portugal, ora a ponte 25 de Abril... ou seria a Vasco da Gama?
A minha mãe tinha razão. Era uma sensação fantástica.
De repente, tudo voltou ao normal: via o que se passava à minha volta, conseguia pensar noutra coisa além do Sporting e era capaz de mexer o meu corpo.
Deduzi que o fantasma tivesse encontrado o mundo dos espíritos e fui-me embora.

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