Certa noite, sonhei que ia acampar com um grupo de jovens que nunca vira antes e o seu dragão de estimação. Era um dia horrivel, estava frio e o céu forrado de nuvens escuras.
Íamos carregados de coisas. Lembro-me que tinhamos muitas mochilas, e que arrastávamos a tenda: parecia um longo pan disforme, muito pesado.
Do meu lado esquerdo, estava uma paisagem verdejante, montes e veles e uma pequena floresta.
Ao meu lado direito, casas.
Caminhava numa estrada de alcatrão.
Começámos a subir uma montanha. O solo era cada vez mais ingreme, e andar era cada vez mais dificil. Agarrei-me à tenda, que alguém, à minha frente, arrastava. Primeiro, segurei-me com as mãos. Depois, com os dentes.
Passado pouco tempo, estava agarrada à tenda com todas as minhas forças, ed olhos fechados, sem chão debaixo dos pés e sentindo o meu corpo balouçar, como um pendulo, de um lado para o outro.
Quando me puxaram para o topo da montanha, apercebi-me que não se conseguia ver nada para lá dela, nem do lado esquerdo: no cume, implantada na terra como se fosse parte da montanha, estava uma parede branca, enormissima, com estantes igualmente grandes.
Numa das prateleiras, a mais baixa, estava uma caixa de cartão, parecida com aquelas dos puzzles das crianças.
-O que é que há ali? – perguntei.
-A jaula do nosso dragão.
Espreitei para dentro da caixa e encontrei pedaços de uma gaiola de plástico gigante.
-Essa está partida. – informou um dos meu companheiros, emtom de desculpa. –Agora, arranjámos uma de papel, mas para a montar-mos precisamos da ajuda da fada madrinha...
A fada madrinha era muito velha, feia e gorda. Quando apareceu, exclamou, como se desse uma gargalhada:
-Está na hora de te prender, dragão!
-Não! Não quero! – rugiu o bicho.
Mas ela apanhou-o, e de repente vi-o dentro da gaiola de papel, rosnando. Agora, ele também era de papel: parecia origami.
Feliz com o seu trabalho, a fada madrinha deu uma pirueta, transformou-se num panda, e desapareceu.
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