quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

O Capuchinho Vermelho e a corrida do autocarro

Quando os alunos da António Arroio chegam ao fim do 12º ano, têm de apresentar um projecto chamado PAA (Prova de Aptidão Artística). Dá muito, muito, mas mesmo MUITO trabalho. São muito dias de stress, a estudar para testes, a apresentar trabalhos de pesquisa de outras disciplinas, a entregar trabalhos de casa, a passar cerca de 10 horas por dia na escola e a fazer directas para acabar a PAA.
Eu estava tão cansada, e tão farta de não poder fazer as coisas de que gostava, que às vezes recostava-me melhor na cadeira, diante do computador, e chorava em silêncio. Depois, continuava a trabalhar.
Por isso, eu digo: a faculdade até pode ser tão má quanto a António Arroio... Mas não consegue ser pior!
Bom... o meu trabalho era fazer um site que funcionasse como um livro interactivo, em que se contava a história do Capuchinho-vermelho.
Então, sonhei que, há muito, muito tempo, o Capuchinho-vermelho vivia aqui, na Venda-do-Pinheiro, e que morrera louca, depois de procurar na floresta o seu filho desaparecido, durante anos.
Actualmente, em memória ao Capuchinho-vermelho, organizava-se todos os anos uma corrida na floresta, que fazia o mesmo percurso que a mãe louca. A liderar a corrida, ia um autocarro (da mafrense ou do barraqueiro, que são os autocarros que passam por cá), para que nenhum concorrente se perdesse. Só quem já conhecia muito bem a floresta podia correr à frente do autocarro.
Eu era a grande campeã da corrida: ganhava todos os anos.
Certa vez, quando ia a caminho do ponto de encontro onde se daria a partida, apercebi-me de um homem muito alto e magro, que no lugar da cabeça tinha um grande olho. Passei por ele muito depressa numa feira.
Pouco depois, corria tão depressa quando conseguia, e ao espreitar por cima do ombro vi que ele me seguia, montado num cavalo e bradindo uma espada.
Escondi-me no capim, tão alto que um homem poderia lá estar de pé sem que ninguém o visse.
Se atravessasse o capim, chegaria a uma vedação. Se a saltasse, estaria numa estrada de alcatrão de apenas um sentido, e do outro lado da estrada, estava a floresta: o meu abrigo!
Mas o cavaleiro viu-me.
corri para a vedação e tentei trepar, mas não consegui. ele aproximava-se cada vez mais...
Então, decidi: "Carolina, tens de acordar."
Foi o que fiz.

1 comentário:

  1. :D

    Eu anteontem sonhei que fazia parte dos finalistas dos Idolos... mas o local onde normalmente actuávamos não era num estúdio, nada disso... antes numa piscina olímpica (muito melhor). Perdi porque escorreguei.

    Gostei desta versão alternativa do Capuchinho Vermelho ;)

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